sábado, 8 de dezembro de 2012

CONTEXTO POLITICO AO SUICÍDIO DE VARGAS

COMENTÁRIO DO CONTEXTO POLITICO AO SUICÍDIO DE VARGAS.
Como proposta de atividade à distância, da disciplina de História do Brasil III do curso de História da Universidade Federal de Sergipe, coordenada pelo professor Antônio de Araújo Sá, nos foi exigido que fizéssemos uma analise sobre a carta histórica escrita por Getúlio Vargas no dia de sua trágica morte, observando o contexto no qual o presidente das varias vertentes estava inserido após a posse do seu ultimo mandato em 1951.
Começo meu comentário sobre esse período tão importante de nossa História analisando o cenário politico após 1945. Depois de muitas pressões feitas por vários setores organizados da sociedade na década de 1940, o presidente Getúlio Vargas, foi obrigado a convocar eleições para o ano de 1945 através de Ato institucional, sendo ele deportado do poder pelas forças que havia o colocado após a revolução de 1930, ou seja, pelos militares, nesse momento imaginavam ter acabado com a era Vargas, pensando que a partir daquele momento apagaria da memória do povo Brasileiro e do cenário politico o nome do mesmo. Puro engano, o marketing do presidente conseguia sua sustentação no poder, através de uma imprensa institucional a figura de Vargas era criada como o pai do povo Brasileiro, como o responsável pelo desenvolvimento industrial, como o homem que conseguiu criar melhores condições para o trabalhador, através das leis trabalhistas e dos contratos.
A verdade é que Vargas sempre buscou trazer as massas pro seu lado, e para isso burlava qualquer forma de veiculação de informação que pudesse colocar em dúvida seus feitos. Até 1945 o DIP desempenhou bem esse papel, a mídia brasileira até esse período era o retrato do que queria Vargas, construir uma noção de povo que trabalha e honra sua família. Após todas as tensões dos anos que antecederam 1945, Vargas por se tratar de um politico muito inteligente, ao abrir as portas do Estado Novo para ares mais democrático, voltando à economia para a entrada do capital estrangeiro, busca aproximar-se dos movimentos de massas e ao mesmo tempo ganhar espaço dentro da nova conjuntura internacional, atraindo investimento internacional após uma década de economia nacionalista. Este ar democrático que Vargas criara ao permitir à liberdade de imprensa, a criação de partidos políticos, a entrada de capital estrangeiro e a aproximação com os movimentos sindicais foi à gota d’agua para sua saída do governo naquele momento e garantir a sua permanência na memória dos brasileiros ficando pra sempre na História.
As eleições realizadas no fim de 1945 traria surpresa a todos que contavam com o fim da vida politica de Vargas, pois naquele momento que acabara de sair deportado do governo da republica, consegue se eleger como senador representando o Rio Grande do Sul e também com seu apoio consegue fazer eleito, o general Eurico Gaspar Dutra, muito pouco conhecido porem por ter sido Vargas seu cabo eleitoral consegue uma vitória convincente, obtendo expressiva votação, deixando pra trás seu adversário o brigadeiro Eduardo Gomes. A partir de então não é difícil de imaginar o quanto Vargas havia enraizado na politica apesar do seu momento ditatorial. Passados os quatros anos de mandado de Dutra, começam as cogitações do nome para a sucessão da cadeira de presidente da republica.
E novamente surge o nome de Vargas como mais indicado para o pleito em 1950, saindo ele eleito para governar o país de 1951 a 1954. Nesse período o país conhece outra face do presidente que já fora revolucionário, constituinte e ditador, o país agora conheceu um governo democrático, popular de carácter mediador de conflitos entre grupos de interesse rivais. Este mandato foi para Vargas um período de constantes tensões, na qual a politica brasileira a partir daquele momento passaria por constantes mudanças em virtude dos interesses dos grupos aliados e opositores ao governo.
Pela conjuntura dos fatos a tomada do poder pelos militares era inevitável naquele momento, sendo Vargas inteligente bastante para adiar este acontecimento, que viera ocorrer somente 10 anos depois do dia 24 de agosto de 1954, saindo da conjuntura politica como vitima, dando sua vida pela libertação e melhores condições de vida do povo brasileiro, passando de culpado a coitado. Vargas ficou pra História assim como ele havia desejado e planejado ficar. Ser lembrado como o Homem responsável pelas mudanças sócias econômicas ocorridas em nossa republica, como pai dos pobres, como percussor do desenvolvimento progressista brasileiro o pai da nação que deu sangue em nome do povo assim como podemos observar nessa passagem retirada de sua ultima carta direcionada ao povo brasileiro.
Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço de seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.
REFERÊNCIAS:
REGINA, Marion Stremel. BATISTA, Niltonci Chaves: História do Brasil III. Ponta Grossa 2011.
FARIA, Antonio Augusto e BARROS, Edgard Luiz de. O retrato do velho. São Paulo: Atual, 1984, p. 210-211.



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